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IV Baruque

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IV Baruque é um texto pseudepígrafo do Antigo Testamento. Paralipômenos de Jeremias aparece como título em diversos manuscritos gregos da obra, o que significa "coisas deixadas de fora de Jeremias"[1].

IV Baruque é considerado apócrifo por todas as denominações cristãs com exceção da Igreja Ortodoxa Etíope (veja "Restante das Palavras de Baruque").

O texto deste livro é conhecido em duas versões, uma longa e outra reduzida. A longa sobreviveu em manuscritos grego, os mais antigos dos quais dos séculos X e XI[2] e XV[3], etíopes (ge'ez) (chamado "Restante das Palavras de Baruque", cujo manuscrito mais antigo é do século XV), armênios[4] e eslavônicos. A versão reduzida sobreviveu em grego (chamada "Meneo"), romeno e eslavônico[5].

IV Baruque é geralmente datado na primeira metade do século II. O sono de Abimeleque, de 66 anos ao invés dos tradicionais 70 anos do cativeiro na Babilônia, fez com que os estudiosos tendam a datá-lo no ano 136 d.C., ou seja, 66 anos depois da destruição de Jerusalém em 70 d.C., uma datação coerente também com a mensagem do texto[2].

Partes do texto parecem ter sido acrescentadas já no período cristão, como o último capítulo. Por causa destas inclusões, alguns estudiosos consideram IV Baruque como sendo um texto cristão[2]. Como é o caso dos textos dos Profetas Maiores, IV Baruque defende o divórcio e expulsão das esposas e filhos estrangeiros e a condenação ao exílio dos que não o fizerem. Segundo o autor, os samaritanos seriam descendentes destes casamentos mistos. Ele utiliza um estilo simples e fabuloso, com animais falantes, frutas que não apodrecem e uma águia enviada por Deus para reviver os mortos.

Deus revela a Jeremias que Jerusalém será destruída por causa da impiedade dos israelitas. Ele informa Baruque e, na mesma noite, eles vêem anjos abrindo a porta para a cidade. Jeremias é instruído por Deus a esconder (de forma milagrosa), na terra, as vestes do sumo-sacerdote do Templo. Os caldeus entram em Jerusalém e Jeremias segue com os israelitas para o exílio enquanto Baruque permanece na cidade. Abimeleque (o mesmo Ebede-Meleque, o Etíope de Jeremias 38:7) cai no sono por 66 anos e acorda ao lado de um cesto de figos, que não apodreceram durante todo o período. Como os figos estão frescos e não era época, Abimeleque percebe que dormiu por anos, de forma milagrosa, e corre para falar com Baruque. Os dois tentam entrar em contato com Jeremias, que ainda está na Babilônia, e, por causa da distância, Baruque pede ajuda a Deus, que lhes envia uma águia. Ela leva uma carta e alguns figos a Jeremias, que está realizando um funeral. O morto volta à vida e anuncia o final do exílio. Os exilados voltam para Jerusalém, mas apenas os que não tomaram esposas estrangeiras puderam atravessar o rio Jordão.

História do cativeiro na Babilônia

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Este texto pertence ao chamado "ciclo de Baruque" e está relacionado a IV Baruque. É mais longo e, provavelmente, mais antigo que este[6][7]. Ele apresenta algumas poucas e circunscritas interpolações cristãs e não tem o mesmo tom fabuloso e IV Baruque. Neste texto, o sono de Abimeleque é de 70 anos, a duração habitual do cativeiro na Babilônia.

O original grego se perdeu, mas o texto sobreviveu em manuscritos copta saídicos[8] e em manuscritos árabes garshuni (mais recentes)[9].

Referências

  1. «Paralipomena of Jeremiah» (em inglês) 
  2. a b c Manuscripts n. 6 e n. 34 da "Jerusalem Taphos Library", publicados em Harris J. R. The Rest of the Words of Baruch: a Christian Apocalypse of the year 136 AD, The text revised with an Introduction, London-Cambridge 1889
  3. Número AF,IX,31 da Biblioteca Braidensis de Milão, publicado em 1868 by Antonio Ceriani.
  4. Número 920 da Etchmiadzin Library (1465), publicado em 1895 por Ter Mkrtcian
  5. Turdeanu E. Apocryphes slaves et roumain de l'Ancient Testament, Leiden 1981 (em inglês)
  6. Kuhn, K.H. A Coptic Jeremiah Apocryphon Le Muséon 83 (1970) (em inglês)
  7. Rosenstiehl Histoire de la Captivité de Babylone, Introduction, traduction et notes Strasbourg, 1980 (em inglês)
  8. Texto completo no M. 578 (séc. IX) da Pierpont Morgan Library, editado por Kuhn (1970)
  9. Bibliothèque Nationale: Syr. 65 (1594), editados por Leroy-Dib (1910) e por Mingana (1927) e Syr. 238 (1474), editado por Coquin (1995).

Ligações externas

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